terça-feira, 19 de maio de 2009

Brava Gente brasileira, Período Regencial um Caso Revoltante ou Revoltas Fundamentadas



O Período Regencial brasileiro foi um período marcado por sucessivas revoltas, conflitos e fragilidades de ordem econômica, social e política. Antes de adentrarmos as particularidades é importante ressaltar que o referido ocorre logo após o período denominado pelos historiadores e demais estudiosos voltados ao campo científico, como Brasil colônia, período no qual mediante abdicação de D. Pedro I, o Brasil passaria então a enfrentar enormes crises, como cita em uma de suas obras Celso Furtado “... num país sem técnica própria, internamente a situação da agricultura era pouco promissora...” Embora, diga-se de passagem e é relevante ressaltar que no século XIX o ramo empresarial cafeeiro em gestão tivesse alcançado aumento significativo nas suas exportações, fato que não ocorreu com outros produtos tradicionais como o açúcar, o arroz, o cacau e o algodão este por sua vez desencadeará posteriormente o movimento armado denominado balaiada no maranhão. Paralelo a tal fato o país era governado por regentes, os quais por sua vez digladiavam pelo poder. Brasil neste momento perdia espaço no mercado econômico e como efeito colateral aumentava sua dependência para com as potencias estrangeiras. Em meio a tal fato, uma nuvem de movimentos paira sobre a fragilidade da nação brasileira, eclodindo revoltas em diversas regiões do país. Burocratas, fidalgos, homens livres, brancos, mulatos, pardos, índios, negros escravos, ricos, estancieiros e intelectuais, de posse de ideais concretos, idealizados e sustentados a custa das armas rebelaram-se contra a ordem imperial, controladora do poder real na nação que ecoava por liberdade comercial, política, cultural e conseqüentemente social. Nasce assim o movimento armado e de massa no Brasil, mais tarde conhecido como: Cabanagem, Balaiada, Farroupilha e Sabinada.
Cabanagem ocorrida na Província Grão-Pará (Pará), no período de 1835 a 1840, revolta de caráter popular e separatista, negros, índios e mestiços, na grande maioria moradores em cabanas, insatisfeitos com as autoridades nomeadas pelo poder central, exigiam reformas e a expulsão dos portugueses. Os cabanos objetivavam acabar com a escravidão, distribuir terras para o povo e exterminar (matar) de vez os exploradores. Cabe aqui uma inferência ao comportamento da Igreja católica em tal momento no Brasil, esta que por sua vez em período Medieval se portou de forma arbitrária e do lado das elites senatorial sendo símbolo de poder, neste momento juntou-se aos cabanos revoltosos, oferecendo-lhe como formador de opinião e principal líder: Padre Batista de Campos. Os cabanos ocuparam a capital do Pará – Belém, mataram o presidente da província Bernardo Lobo de Souza. Mas, mediante uma epidemia (bexiga) a qual enfraqueceu os revoltosos, impossibilitando-os a enfrentar em pé de igualdade as tropas imperiais foram vencidos pelas referidas em 1840, obtendo como conseqüência um saldo negativo de aproximadamente 40 mil mortos, ou seja, 30% da população paraense daquele momento foram vitimadas pelas tropas imperiais em terras brasileiras.
Farroupilha, ocorrida no Rio Grande do sul, no período de 1835-1845. Considerada no quesito tempo (duração) a maior revolta do período regencial. Porém importante por em debate que a mesma não teve caráter popular, tampouco estava preocupada em transformar a realidade brasileira, ou seja, não tinham interesse de acabar com as injustiças sociais e a miséria da população. Queriam apenas garantir o lucro das grandes fazendas (pecuária), acrescido da incessante sede de aumentar a liberdade administrativa e o poder político da região. Uma vez que, a referida sofria com os efeitos da concorrência com a venda da carne seca (charque) da Argentina, Uruguai e Paraguai (Política Tarifária). Para liderar tal causa os farroupilhos ou chimangos, contaram com a liderança de Bento Gonçalves, Davi Canabarro e Gioseppe Garibald; Foram bem sucedidos de certa forma, conseguiram em 1845, no II reinado com que o Duque de Caxias assinasse um acordo com os referidos denominado acordo de Paz de ponche verde, garantindo:
Ø Anistia aos revoltosos;
Ø Incorporação dos oficiais farroupilhos ao exercito imperial;
Ø Garantia e devolução das terras ocupadas aos antigos proprietários;
Ø Taxa de 25% sobre o charque;
Ø Libertação dos escravos que lutaram na revolução.
Sabinada, ocorreu em Salvador (Bahia/ 1837-1838) paralela a Farroupilha, sendo que com algumas divergências no campo das idéias e num período menor no tocante a tempo, esta por sua vez, foi um movimento separatista e republicano, liderada por um homem culto pertencente a classe média de salvador, o profissional da medicina Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, não contou com a participação popular tampouco com a ajuda dos fazendeiros. Objetivavam proclamar uma república na Bahia, até a maioridade do príncipe regente, o qual por conta de sua idade não dispunha de maturidade suficiente para governar a nação brasileira. A sabinada assim como quase todos os movimentos do período regencial foi sufocada pelas tropas imperiais com ajuda dos fazendeiros, sendo que ela tomou corpo com os militares insatisfeitos com seus salários e com a situação que eram postos, uma vez que eles eram enviados para lutar contra os farrapos.
Balaiada (maranhão 1838 a 1841), negros e trabalhadores livres, ambos sofrendo os efeitos nas crises econômicas ocasionadas pela decadência do algodão. Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, conhecido como Manoel balaio, Cosme Bento das Chagas (ex-escravo) e Raimundo Gomes (vaqueiro) lideraram tal revolta. Combatendo o mandonismo dos senhores e o descaso das autoridades. Obtiveram apoio dos liberais, mas foram traídos pelos mesmos que optaram em juntar-se as tropas governamentais. Tendo como conseqüência um saldo negativo de aproximadamente 12 mil sertanejos e escravos.
Cabanagem, Farroupilha, Sabinada e Balaiada, revoltas do período regencial brasileiro, todas com saldos negativos no tocante a número de mortos, ambas sufocadas pelo poder imperial. Ao viajar pela história brasileira vamos encontrar muitas lutas e resistências, porém muitos massacres, genocídio, extermínios como forma de tolher comportamento e educar a nação para os mandos, desmandos e demarcação de territórios, de quem manda quem pode manda quem pode e obedece quem tem juízo. Uma nação castrada, tolhida, com um povo com marcas no rosto da exploração, da dominação de mais 300 anos, mas que não parou de acreditar, de buscar, que sempre vai a luta, pois eles são brasileiros e não desistem nunca, nossas marcas essas nos acompanharão, como cicatrizes, como lembranças mas acima de tudo como passado, passado este que nos orgulha e enche o peito de cada cidadão brasileiro de orgulho, de glória, de coragem e de ousadia, como retro mencionei somos brasileiros e não desistimos nunca, desafios são para serem vencidos, esse mesmo povo brasileiro, brigou pelo direito de votar, construiu um novo modelo de nação, não se deu por vencido brigou pelas diretas já!! Pintou a cara, foi a ruas e tirou um presidente que não lhe agradava!!! E depois de muita reviravolta levou as urnas e a presidência um trabalhador, da classe operária para representá-lo!! Afinal de contas Somos Todos Um! Somos brasileiros não desistimos nunca!!.

Professora mestranda em ciência da Educação Rosinéia Frota

Um comentário:

  1. Estava lendo o seu blog. Muito interessante. Estou aqui lhe convidando a visitar o meu blog, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando vc, lá, e assim agente une o Brasil
    Abraços de verdade
    http://josemariacostaescreveu.blogspot.com

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